São, sem dúvida, a face mais profana da romaria que teve início no passado dia 24 de Agosto e que ontem chegou ao fim. Depois de uma visita ao santuário, os fiéis visitam o recinto da festa por estes dias preenchidos com a venda dos típicos melões casca de carvalho e dos famosos bifes do vazio.
“Já vendemos mais de cem quilos de bifes”, diz orgulhoso Jorge Campeão, proprietário de um dos restaurantes presentes na romaria. Campeão orgulha-se também de manter, ano após ano, a qualidade do “bife alto do vazio, do vazio baixo e da chã ”,qualidade essa que todos os anos atrai à freguesia de Taíde muitos forasteiros.
“Temos pessoas de todo o lado. Esta é já uma das romarias mais importantes do norte do país”, refere ainda Jorge Campeão que já faz esta romaria há várias décadas.
Quem não apreciar o famoso bife, tem outros alternativas não menos apetitosas: feijoada ou rojões à moda do Minho.
O vinho também não faltou, especialmente o vinho verde da região.
Com tantas iguarias à disposição, a crise ainda não se fez sentir por terras de Taíde. “A crise aqui não existe, pelo menos para já”, prossegue o proprietário.
Quem também não notou a crise foi Victor Fernandes, outro dos proprietários da restauração instalado no recinto da festa. Quem chega ao seu estabelecimento depara-se com os bifes colocados numa montra frig
orífica, peças que espelham bem a qualidade da carne escolhida para servir aos visitantes.
“Trouxemos duas vacas, uma com mais de 400 kg e outra com mais de 300Kg”, diz o proprietário que se mostrou satisfeito com a afluência de público, apesar da ameaça do mau tempo.
“Hoje [ontem] já tivemos que ir buscar mais carne”, acrescenta Victor que não poupa elogios à qualidade da carne que é servida por estes dias no seu restaurante.
“O que sai bem é o bife do vazio. Esta carne só precisa de sal, mais nada”, diz-nos, acrescentando que as pessoas que procuram o seu espaço não se preocupam em pagar desde que a carne seja boa. Por isso, crise é uma palavra que não faz muito sentido neste espaço.
“Para já não sentimos a crise. Onde houver qualidade não há crise”, diz ainda o responsável, acrescentando que apesar do negócio se manter, a confraria local deve promover iniciativas para cativar mais público e “não deixar morrer a tradição”.
Melão não exibe qualidade de outros anos
É outra das iguarias que caracteriza a Romaria de Nossa Sen-hora de Porto d’Ave. Mas a qualidade deste ano deixa um pouco a desejar. Dizem os produtores que o tempo “não ajudou”.
“A qualidade este ano falhou. Foi a intempérie. Tivemos um ano muito fresco”, diz-nos José Pedro, um dos vendedores de melões presentes na romaria. A qualidade, ou a falta dela, reflecte-se no negócio que “está mais fraco”, prossegue o vendedor. Talvez por isso, a melancia ten-ha ganho outro revelo nestas festas. Que o diga António, um filho da terra. “Este ano os melões estão mais fracos. Foi o S. Pedro que não ajudou” diz..
By Correio do Minho